Curitiba atinge 66% da meta no primeiro dia de vacinação contra a pólio

10-06-2013 09:01

 

Curitiba atingiu no primeiro dia da vacinação contra a poliomielite 66,8% da meta estipulada para a campanha, que prossegue até o dia 21 de junho. Balanço da Secretaria Municipal da Saúde mostra que foram vacinadas no sábado 65.504 crianças, de um total de 98 mil crianças com idade entre seis meses e cinco anos que formam o público-alvo da campanha.

Curitiba tem uma população de 103.306 crianças dessa faixa etária. As 98 mil representam 95% desse público, que é a meta fixada pelo Ministério da Saúde para a campanha.

O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, avaliou o resultado como excelente e lembrou que as famílias que ainda não levaram os filhos para imunizar devem procurar uma unidade de saúde até o dia 21. Segundo Massuda, o bom alcance da campanha já no primeiro dia está relacionado à distribuição de postos de vacinação por toda a cidade. Durante o Dia D de mobilização, no sábado, a secretaria montou 156 postos de vacinação em todas as regiões da cidade. Além das unidades de saúde, a vacina estava disponível em praças, supermercados e shopping centers, entre outros locais.

Zé Gotinha

Na barraca montada na Boca Maldita, um dos pontos de maior fluxo de pessoas, as crianças que foram receber a dose tiveram a companhia do Zé Gotinha e ainda de palhaços do MedClown – grupo de acadêmicos de Medicina da Universidade Positivo que trabalham estimulando a humanização no atendimento às crianças internadas em hospitais.

O prefeito Gustavo Fruet, que acompanhou a vacinação na Boca Maldita, disse que a distribuição da vacina em  muitos locais é importante para garantir o alcance da meta de vacinação no menor prazo possível. “Precisamos reafirmar este compromisso para não corrermos o risco de aparecerem novos casos de pólio”, enfatizou. 

“Tradicionalmente Curitiba consegue bons índices de cobertura vacinal, mas para isso precisamos garantir que as pessoas possam receber a vacina perto de suas casas”,  disse o secretário Adriano Massuda. Ele lembrou que a campanha de vacinação também é uma oportunidade para os pais atualizarem todo o calendário de vacina dos filhos. 

Até o dia 21 de junho, as crianças podem ser vacinadas em qualquer unidade básica de saúde.

Importância

Curitiba tem atualmente com 103.309 crianças na faixa etária estipulada na campanha. A meta do Ministério da Saúde é alcançar, no mínimo, 95% de cobertura vacinal em todas as cidades brasileiras, visando à garantia da erradicação do vírus no Brasil, onde o último caso de paralisia infantil foi registrado em 1989. Em Curitiba, desde 1985 não ocorre nenhuma notificação de poliomielite. 

O diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Moacir Pires Ramos, disse que, embora o Brasil não registre casos da doença há muitos anos, o vírus da pólio (poliovírus selvagem) ainda existe no mundo e por isso é necessário fazer a imunização da população infantil. “Como o vírus ainda circula no mundo, sempre há o risco de que ele seja reintroduzido através de pessoas em viagens internacionais”, explicou. De acordo com a OMS, entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença. A maioria é decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos (Afeganistão, Nigéria e Paquistão) ou de países que restabeleceram a transmissão (Angola, Chade, República do Congo).

Imunização coletiva

Ramos disse que as crianças com menos de seis meses estão sendo imunizadas com as doses injetáveis da vacina contra a pólio – duas doses produzidas a partir do vírus morto, aos dois e aos quatro meses. Segundo ele, a dose oral – feita a partir do vírus vivo – garante a imunização da criança e do próprio ambiente, porque o vírus se multiplica no intestino das crianças e é eliminado através da evacuação. “Em cidades onde o saneamento é precário, este tipo de vacinação contribui com a imunização de toda a comunidade”, esclareceu.

O motoboy João Marcos Telles aproveitou o sábado de folga para levar a filha, Yasmin, 2 anos, para garantir a imunização logo cedo. A dona de casa Vanessa Batista disse que é rigorosa com a vacinação e quis garantir que o filho Lucas, 7 meses, tomasse logo a vacina. “Eu fico mais tranquila porque sei que ele está protegido contra a doença”, destacou.

Doença

A pólio é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus (poliovírus) que invade o sistema nervoso e pode provocar quadros de paralisia. O vírus entra no organismo através da boca e se multiplica no intestino. Os sintomas da doença são febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dores nos membros.

Não há tratamento para a poliomielite, somente a prevenção, por meio da vacinação. A vacina protege contra os três sorotipos do poliovírus 1, 2 e 3. A eficácia da imunização é em torno de 90% a 95%. Ela é recomendada mesmo para as crianças que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia.

A vacina é extremamente segura e não há contraindicações, sendo raríssimas as reações associadas à administração da mesma. Em alguns casos, como, por exemplo, em crianças com infecções agudas, com febre acima de 38 graus ou com hipersensibilidade a algum componente da vacina, recomenda-se que os pais consultem um médico para avaliar se a vacina deve ser aplicada.